quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Fênix


Enraizado nas perdidas noites errantes da lapa, cravado no meio da suntuosa rua que em si carrega o peso da camara alta do brasil, está lá: vivo, pulgente, vulgar e vivaz. O Hotel Fênix.


Ritmado pela batida exótica, aquecido pelo calor dos corpos e vivo pela sede de prazer, a construção talvez classificada como brega, toma ares de opulência e libertinagem pois alimenta-se da seiva d`alma e do sêmem da vida.


Faz simplório o rito do renascer, faz humana a arte do viver. Tem-se o novo parto adulto banhado não mais pelo líquido maternal da placenta, faz-se o parto dos corpos vivos banhandos pelos líquidos das vicitudes do homem. Nós, homens, praticamnos a antropofagia, desafiamos a mitologfia, afrontamos Zeus nas suítes de hidromassagem e sauna seca.


Fênix é mimesis do Olimpo, onde Semi-Deuses, antes ninfas e mancebos, se reencontram nos rituais que reaproximam Deuses e homens, que fazem guerreiros e guerreiras unidos nas batalhas épicas onde não há vencidos e vencedores, apenas o fogo, o fogo da fênix.


Jovens Deuses, impetuodos e vaidosos, se lambem em labararedas espelhadas pelos reflexos das paredes que insuflam a vaidade e o desejo das guerras selvagens disputadas no ringue quadrado das camas mal limpas pelos anjos do gozo errante.


Árduos e exautos no seu passeio pelo Fênix, os guerreiros vencedores da disputa carnal, se banqueteiam não mais brindando com o fino vinho de Baco, o Fênix oferece cardápios com opções rápidas e preços acessíveis.


Que se faça das cinzas do passado errôneo, a chama da lascívia que impulsiona o voar nos céus místicos da transcendência do prazer não mais escondido e agora sim, liberto.


Motel Fênix

Rua do Senado, 189

Centro

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A amiga

Fostes minha amiga,
meu amor.
Mulher amada,
que não foi destino meu.
Quero escrever a você,
pois de você guardo boas e más lembranças sobre o meu passado,
aquele que nunca foi nosso.

Você me conheceu em plenitude,
pois te amei em plenitude.
Só você sabe das besteiras que falei.
pois só você testemunhou o bobo que fui

Você tem as minhas flores vermelhas, brancas e rosas,
pois fui o jardineiro da (falsa) esperança
Hoje, passado e presente se misturam em um híbrido de sentimentos
ontem os piores,
hoje os melhores.
Anteontem, o meu amor
ontem, o anti-herói da minha história
hoje, minha amiga.

Hoje, ao contrário de ontem,
não somos próximos

Hoje, ao contrário de ontem,
somos mais próximos.

Sempre quis te falar tudo,
mas nunca consegui dizer nada
sempre quis de dar tudo
quando na verdade,
nunca te dei nada.

Hoje, te dou o que tenho
Hoje, te peço o que você têm
Hoje, você me dá o que eu quero
Hoje, eu tenho o que eu quero.

Passado e presente se misturam
Passado e presente é o que eu quero
Passado e presnete é o que eu tenho

Você viveu e morreu no meu passado,
você é personagem do meu presente,
a incógnita do meu futuro.

A carta que eu nunca mandei pra você.