domingo, 28 de novembro de 2010

Omnibus

No pagode do downtown,
canta-se a nova canção;
ritmada no ônibus da vida,
protagonizada de AaZ
na moda da paixão.

Menina sem nome no ponto me espera,
me pega, me leva, me solta, me arrasta.
A cada freiada acelero em teu rumo.

Menina bonita o colégio te espera.
me deixa, menina, te ensinar o que a sala despreza!

Menino, safado, teu flerte desperta
me pega, me leva, me solta, me arrasta
a cada parada me aconchego em teu peito

Seu sorriso, menina, me expanta da Fera...

O sino apitou, o downtown chegou e o flerte acabou

e a história? Só começou.


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Perfume

Que bela e marcante mulher
que tem para si o perfume do mundo.
Maravilha de perfume.Perfume de mulher;

Inebriante, marcante
forjado nas pétalas de rosas vivas
e nos doces de bombons garato.

Perfume forte, aquecido pelo calor dos trópicos,
é tropicana, gostamos de seu sabor.
Caliente. Ardente.

Garota, pseudo doçura
descrita a risca nos romances de Sade.
Libido, desejo, passividade.

Cheiro que embebeda o desejo dos louros amantes,
investe de certeza o aroma
do mais sublime banquete
Dionisíaca, Baco, Bacante.

Fragância que convida
a gênese da vida.
detêm-se nos muros canhestros.
Insatisfeita menina, pudica?

Perfume que dá fome
TIC

Perfume que dá fome
TAC

domingo, 14 de novembro de 2010

Ele, o Tempo.

Era o Tempo do passado, hoje marginalizado, Tempo feliz, mas de saudades poucas.
Tempo de descobrir, proibido era esse Tempo, que Tempo gostoso.
Sonhava com o Tempo futuro, onde o nosso Tempo seria uno.
Primavera dos Tempos, dos encontros desencontrados, dos tempos até hoje relembrados.
Que Tempos, quase dourados.

Veio aquele que parecia o fim, o fim dos tempos !
Tempo que nos mostrou que nosso Tempo era separado,
Tempos passados estavam mortos e enterrados.
Feliz início para outros tempos, hoje ornados e statificados.

Ahh.. Tempos novos, novos e simultaneamente velhos, velhos tempos que hoje lembramos.
Lembramos sem vivê-los, afinal nunca o vivemos.
Tempos hoje sem nome! Inominável e curioso. Tempo apenas que nos dá certeza dos futuros tempos incertos.
Tempos diferentes, como sempre. Tempos parecidos, como sempre.

Esse texto é pra você e ao nosso amigo e, às vezes, inimigo Tempo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tempos Antigos

Serelepemente, tomamos o bonde para ir à Praça Afonso Pena caminharmos em uma bela manhã de domingo. Mal sabiam nossos pais que estávamos fugindo da chatérrima missa do Padre Antônio Vieira para namorarmos escondidos na tijuca.
Comíamos pipoca de mãos dadas, caminhávamos sem rumo pelas sombras da praça, nossa única preocupação palpável era não sermos acertados pelos balaços disparados pelos pequenos craques de rua. Bons tempos em que "balaços" e "Craque" ainda podiam ser usados na mesma frase sem despertar arrepios.Alimentávamos despreocupadamente entre risinhos bobos e apaixonados os pombos que lá habitavam. Tanto amor nós tínhamos que nem nojo dos ratos do ar nós sentíamos.

Fazia em ti e ao mesmo tempo em mim todos os carinhos do mundo, mas nem todos eram capazes de amenizar o meu ego por estar ao teu lado.

Sentávamos nos belos bancos verdes oliva e tal qual namorados, assistíamos as crianças brincarem de pique e eu galhofamente sussurrava em teu ouvido " Enquanto as crianças brincam de pique, nós jovens deveríamos estar brincando de pega."

Fugindo de seu tímido tapinha ruborizado, me levantava e trazia-a junto a mim para darmos mais uma volta pela Praça dos Amantes. Fazíamos planos nas nuvens cor de algodão enquanto comíamos doce de algodão rosa, rosa como a cor das maças de seu rosto corado pelo sol do meio dia.


Ahh doce e triste tempo! É hora de voltarmos, pegarmos o bonde para copacabana e só nos reencontrarmos nas intermináveis aulas de literatura do Ginásio Nacional. Ahh doce e cruel tempo, por que comportava-te assim? O tempo contigo deixava de ser um claustro e tornava-se um doce passa-tempo.