terça-feira, 19 de maio de 2009

Amor é linguagem

Ele mal sabia o nome dela, sabia que o primeiro era raquel, raquel "alguma coisa". Ela sabia que ia se encontrar com o Jairo, "jairo de que ?". Sabia que ele era de copacabana, ali perto do bairro peixoto, relativamente perto dela, que morava ali na santa clara.
Se encontravam semanalmente, sempre combinando por curtas mensagens de texto pelo celular, um mal conhecia o timbre da voz do outro, pensar nisso apenas gerava uma doce lembrança dos gemidos roucos e dos gritos histéricos de um como de outro.
Se amava, de um jeito estranho, se amavam e sabiam disso, e por que de tanto amor ? se completavam, tinha o encaixe perfeito. " Apenas no sexo" você deve estar pensando, mas o sexo é a linguagem dos corpos é a forma mais bela e universal, livre e sem preconceitos. Não era necessário palavras, ja bastava suas linguas se entendiam muito bem, elas sabiam de lugares e gostos e sabadores que nenhum diálogo revelaria com a mesma eficácia.
Se entendiam, e conversavam com a beleza de um diálogo de shakespeare, sendo dirigidos pelo instinto, instinto da paixão, do desejo, do sexo e do gozo.
O amar é dançar com perfeição o ballet dos corpos, piruetar no ritmo da alma, saltar no inalcançável, esse que parece perto, que se quase permite ser tocado, nesse instante nos sentimos semi divinos.
Parece que gostamos de ser enganados, insistimos nessa brincadeira de "cão atras do rabo", queremos transcender de nossos corpos, nem que seja por um momento apenas, sair desses corpos imperfeitos e belos por natureza, queremos ser menos humanos tridimencionais e mais "seres" sem dimensões.
Finda-se o ato, a dança esta completa, a carne já não arde mais como antes, o corpo e alma parecem se separar, descolam se em busca do momento sublime, sentem se inundados por uma onda de prazer, um turbilhão se sentimentos, o momento em que o tudo vira o nada, um gozo longo, latente e sublime. Depois como que se castigados por Deus, por termos tido a ousadia da divindade, voltamos ... Somos colados novamente ao corpo imperfeito, agara cansado e exausto, mas de alma saciada.
Raquel e Jairo se olham, os olhos são o reflexo de alma, se amam mais agora.

Fim do espetáculo.

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