domingo, 8 de maio de 2011

O Novo Tempo

É hora de reavaliarmos o tempo. Quando mais jovens, o tempo carregava, em si, o efêmero dualismo da destruição e construção: Amizades, amores e sabores montavam-se, desmontavam-se e reerguiam aquilo que nós entendíamos por nós mesmos.
Essa efemeridade dava-nos a emoção da descoberta e a cadência novelesca dos dramas adolescentes. Eramos determinados por nossos instintos, impulsivos e gulosos por provar os mil sabores postos, em mil aparências diferentes em um banquete de novidades. A razão e mais precisamente o conhecimento, segundo nietzsche, é resultado do enfrentamento de nossos instintos, uma invenção do homem social. Através do processo de hominização, nossos instintos foram, paulatinamente, substituídos por um comportamento social individualizado de cunho racional. Percebeu como você está menos impulsivo?
O tempo deixou de ser revolucionário, devastador de estruturas, e passou a ser conservador com toques reformistas. Evoluiu da esquerda dos discursos libertários ou libertinos para a direita do comportamento. Entenda-se por direita do comportamento quando as idealizações ingênuas dão lugar a ações e sentimentos mais práticos, mais estáveis, sem perder o lado humano. Os relacionamentos tendem a ser mais duradouros, o joguinho de atenção e carência deram lugar para relações mais maduras e de trocas mais profundas.
Quero deixar claro que não estou dizendo que o tempo passe mais devagar. O Tempo passa cada vez mais rápido: os anos letivos tornaram-se semestres, por exemplo. O Tempo passa mais rápido e mais cauteloso, menos surpreendente, mais conservador.
Daquele tempo, trago saudades e amigos. De que lado você se encontra?

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